Apesar dos 20 anos de promessas do governo para melhorar a qualidade da habitação que se seguiram ao apartheid, muitas cidades da África do Sul não passaram por muitas mudanças perceptíveis. Isso não significa que o governo Sul Africano não esteja trabalhando para cumprir essas metas; porém, a escala do problema é muito extensa e o crescimento e migração populacional só o tornam ainda maior.
É por isso que o Urban Think Tank, em colaboração com o ETH Zurich e a ONG Sul Africana Ikhayalami, vem trabalhando em um projeto mais imediato, uma solução incremental chamada "Empower Shack."
O primeiro passo para criar um protótipo mais realista para rapidamente melhorar a habitação na África do Sul era repensar o material utilizado, a alvenaria, que é muito mais cara que estruturas de madeira e painéis metálicos que são comumente utilizados em habitações informais: "muito frequentemente os produtos que vão para áreas de baixa renda no mundo tendem a ser projetados do modo como o ocidente pensa que algo para pessoas pobres deve ser."
Decidir utilizar estes materiais para uma construção rápida e barata significa que as melhorias na qualidade de vida viriam principalmente do uso do espaço vertical. Nestes municípios, quase todas as casas são de um pavimento. Ao elevar o térreo, o dano causado pelas frequentes inundações pode ser evitado. Ao adicionar um segundo pavimento, a casa das famílias pode aumentar e, ao mesmo tempo, sua projeção pode diminuir, liberando mais área externa.
O próximo passo é uma análise de cada quadra e entorno, um trabalho para ajustar a informalidade da disposição das habitações. Utilizando estes novos espaços criados com a diminuição da projeção das unidades e implementando um layout de rua mais racional, pode-se melhorar a segurança do bairro, criar acessos para veículos de emergência, e o espaços entre as unidades pode ter um papel mais funcional na comunidade.
Trabalhar em um terreno real em Khayelitsha, com o habitante local Phumezo Tsibanto presente nas etapas de concepção e prototipagem, faz com que estes projetos estejam incorporados ao mundo real. A inclusão de uma organização de habitação local também permite que o projeto se difunda, ao invés de permanecer uma iniciativa única ou ser apenas um projeto hipotético.